terça-feira, fevereiro 12, 2013

O Massacre da Serra Elétrica (1974)


Apesar do título horrendo, "O Massacre da Serra Elétrica" é muito mais sutil do que isto, ou melhor, sutil até a metade do filme.

Poucos assassinos tiveram uma influência tão poderosa no inconsciente de uma nação quanto Ed Gein, um sociopata famoso por vestir as peles de suas vítimas, ou de corpos que ele desencavava do cemitério, também criando mobílias com partes humanas.
A história deste maníaco serviu de inspiração para o cinema várias vezes, com produções bastante distintas como "Psicose" de Hitchcock, "O Silêncio dos Inocentes" e também para "O Massacre da Serra Elétrica".
O que estes três filmes tem em comum é um psicopata isolado, oprimido por uma forte figura materna e que tem fixação por cadáveres. Todavia, as abordagens são totalmente diferentes, desde um thriller policial até um filme de terror com requintes de crueldade como este de 1974.

A trama começa despretensiosa, com alguns amigos viajando pelo Texas para visitar a casa onde os avós de uns deles moravam. No caminho, dão carona para um sujeito estranhíssimo, o que já prenuncia o tom do que virá por diante. Depois de se livrarem do caronista doidão, eles encontram a casa abandonada dos avós, sem terem ideia que, ali perto, morte e carnificina os aguardam.

"O Massacre da Serra Elétrica" segue num crescendo sufocante, com as primeiras mortes ocorrendo tão naturalmente que nem temos muita consciência do que se sucederá. No entanto, na medida em que todos vão morrendo, somos surpreendidos pela cena mais assustadora de todas, na escuridão, com o maníaco com a serra elétrica na mão correndo atrás da mocinha.
Algo que se tentou fazer muito no cinema, geralmente sem competência, mas que. neste filme, é de deixar o espectador tremendo de tamanha angústia.

O enredo é trivial e se tornou um clichê com o passar do tempo. No entanto, não é a história que torna "O Massacre da Serra Elétrica" um dos clássicos do terror, mas o poder da maldade humana, a crueldade que habita, de alguma maneira, em todas as pessoas. E também a capacidade de retratar esta maldade no cinema, de maneira tão realista e terrível, como raras vezes se logrou.

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