O poder do Terror deriva principalmente do medo que aquilo que vemos na tela dos cinemas possa nos acontecer na vida real. É o medo em potência, o medo da possibilidade, o medo do horror real que pode nos espreitar em qualquer esquina.
Em "O Segredo da Cabana", temos uma inversão da lógica dos filmes de horror. Cinco universitários resolvem passar um final de semana numa cabana no mato, sem consciência que estão adentrando um território bizarro, vigiado por uma equipe de misteriosos técnicos que liberam monstros num espaço controlado, num jogo cuja finalidade compreenderemos somente no desfecho da trama.
Basicamente, este filme é a versão para adultos de "Monstros SA", daquele desenho animado da Disney. Imagino que devesse causar medo, mas acaba tendendo mais para uma comédia de mau gosto, numa vertende de ficção científica de terror.
Não se pode dizer que se trata de um enredo previsível nem sequer ortodoxo, porém, o esforço para verbalizar e dissecar um padrão bastante específico no gênero acaba redundando vazio e exagerado.
"O Segredo da Cabana", que foi considerado como o melhor filme de terror de 2012, não causa medo, não convence, tampouco entretém. É uma sequência de absurdos e despropósitos que nos levam a questionar quem foi o demente que concebeu tal história, e também quem foram os dementes que resolveram transformá-la em filme.
É uma piada metalinguística que envergonha o gênero do horror.