Não assista a "300" se você estiver em busca de fidelidade histórica. O filme baseado na HQ de Frank Miller não é uma reconstrução do que ocorreu durante a guerra entre gregos e persas.
As batalhas entre os exércitos de Xerxes e os povoados helênicos no século V a.C são consideradas como a a primeira demonstração do pensamento e valores ocidental: liberdade individual, honra, superioridade da razão sobre o irracional.
Durante a guerra, o exército muito superior dos persas foi desbaratado por oponentes em menor número, de cidades rivais, mas com um objetivo comum, manter a liberdade. "300" tangencia estas questões, está mais interessado no trabalho gráfico, na reprodução magnífica da linguagem quadrinística.
Aí reside o mérito de "Sin City", que abriu as portas para uma nova forma de expressão no cinema, além disto, erigindo Frank Miller ao status de patriarca desta nova concepção, graças a sua linguagem forte e traços duros.
O filme é estupendo visualmente, desde os cenários até as cenas de luta. O trabalho artístico realizado para simular o desenho de Miller é perfeito. Porém, o enredo é fraco.
Deixemos de lado as incongruências históricas, a total eliminação do papel dos atenienses e de Salamina para a derrota dos persas (aliás, a vitória naval em Salamina foi muito mais importante do que a derrota espartana em Termópilas) e da má construção dos personagens (Xerxes é o único que parece ter algum tipo de sentimento como medo).
"300" é um gênero de cinema que me agrada, bem feito e envolvente, mas algo me incomodou muito, especialmente durante a cena em que a esposa de Leonidas (Gerard Butler), o rei de Esparta que lidera os 300 guerreiros contra o exército de Xerxes (Rodrigo Santoro), fala diante do conselho. Ela suplica que eles enviem reforços para auxiliar o marido, porém, tendo em vista o contexto no qual o filme é lançado, parece ser mais uma mensagem de apoio à guerra do Iraque e, mais do que isto, de retaliação ao Irã (países situados onde era a antiga Pérsia). Posso estar fazendo como aqueles insanos que vêem teorias conspiratórias em tudo, mas quando mensagens explícitas de "precisamos enviar mais tropas para derrotar a tirania" se mesclam com a fala dum presidente belicoso, é porque não deve ser mera coincidência.
Se alguém mais percebeu isto, por favor me avise, para que eu tire esta pulga de detrás da orelha...
As batalhas entre os exércitos de Xerxes e os povoados helênicos no século V a.C são consideradas como a a primeira demonstração do pensamento e valores ocidental: liberdade individual, honra, superioridade da razão sobre o irracional.
Durante a guerra, o exército muito superior dos persas foi desbaratado por oponentes em menor número, de cidades rivais, mas com um objetivo comum, manter a liberdade. "300" tangencia estas questões, está mais interessado no trabalho gráfico, na reprodução magnífica da linguagem quadrinística.
Aí reside o mérito de "Sin City", que abriu as portas para uma nova forma de expressão no cinema, além disto, erigindo Frank Miller ao status de patriarca desta nova concepção, graças a sua linguagem forte e traços duros.
O filme é estupendo visualmente, desde os cenários até as cenas de luta. O trabalho artístico realizado para simular o desenho de Miller é perfeito. Porém, o enredo é fraco.
Deixemos de lado as incongruências históricas, a total eliminação do papel dos atenienses e de Salamina para a derrota dos persas (aliás, a vitória naval em Salamina foi muito mais importante do que a derrota espartana em Termópilas) e da má construção dos personagens (Xerxes é o único que parece ter algum tipo de sentimento como medo).
"300" é um gênero de cinema que me agrada, bem feito e envolvente, mas algo me incomodou muito, especialmente durante a cena em que a esposa de Leonidas (Gerard Butler), o rei de Esparta que lidera os 300 guerreiros contra o exército de Xerxes (Rodrigo Santoro), fala diante do conselho. Ela suplica que eles enviem reforços para auxiliar o marido, porém, tendo em vista o contexto no qual o filme é lançado, parece ser mais uma mensagem de apoio à guerra do Iraque e, mais do que isto, de retaliação ao Irã (países situados onde era a antiga Pérsia). Posso estar fazendo como aqueles insanos que vêem teorias conspiratórias em tudo, mas quando mensagens explícitas de "precisamos enviar mais tropas para derrotar a tirania" se mesclam com a fala dum presidente belicoso, é porque não deve ser mera coincidência.
Se alguém mais percebeu isto, por favor me avise, para que eu tire esta pulga de detrás da orelha...
Um comentário:
também notei a relação entre o discurso dela, com a campanha de aumento de tropas para o oriente médio, de uma forma muito sutil.
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