sábado, maio 07, 2005

Pearl Harbor (2001)



Realmente os norte-americanos não nasceram para serem vítimas.
No auge da Segunda Grande Guerra, os EUA preferiam absterem-se de tomarem partido abertamente. Na verdade, por debaixo dos panos, as frotas americanas abasteciam com armamentos, utensílios e alimentos as nações que compunham os Aliados, enquanto que as corporações americanas lucravam rios de dinheiro comercializando tanto com as potências do Eixo como dos Aliados.
O Japão, que se encontrava em frontal oposição à Rússia, à China e à Manchúria, pressentia a iminência do ataque norte-americano, tendo de encarar uma guerra em duas frentes (erro tático que foi fatal para os exércitos alemães). Adiantando-se aos movimentos dos americanos, o exército nipônico realizou um ataque relâmpago a uma base estratégica norte-americana no Pacífico, Pearl Harbor.
Eis o cenário no qual se desenrola o maniqueísta filme de Michael Bay.
Como a grande parte dos filmes hollywoodianos baseados em eventos históricos, tal qual "Titanic", a trama amorosa melosa usada para "rechear" o enredo é desprezível e, na maioria das vezes, nauseante. A atuação dos atores que vivem um triângulo amoroso, os pilotos Rafe McCawley (Ben Affleck) e Danny Walker (Josh Hartnett), e a enfermeira Evelyn Stewart (Kate Beckinsale), é abominável e lembra muito o fiasco de DiCaprio e Winslet no famigerado naufrágio.
É curiosa a perspectiva utilizada, a qual se repetiu no espírito da América após os atentados de 11/9, de surpresa, de incompreensão e de vítimação, como se a nação mais poderosa do mundo (em 1941 ainda despontava como uma potência) fosse intocável. De inocente os EUA não tinham nada e é fato notório que há muito que eles já se preparavam militarmente para ingressar nos combates da Segunda Guerra Mundial. O mais curioso, porém, é que o filme não retrata particularmente o ataque japonês a Pearl Harbor, mas a conseqüente retaliação americana no complexo indútrial de Tokyo. De um descuido estratégico americano, "Pearl Harbor" consegue extrair heróis inverossímeis e cria um ambiente de comoção que afetaria somente alguém nascido "in the land of the brave and the home of free". Neste filme, há a completa ignorância dos processos históricos e dos motores que conduziram àquele estado de coisas.
Os poucos milhares de soldados, militares que juraram proteger seu país com a vida, que pereceram em Pearl Harbor dão o tônus deste filme, sem jamais levar em consideração a morte dos centenas de milhares de civis quando a América, em sua pujança bélica, detona duas armas nucleares sobre cidades japonesas.
Onde está a tão esperada revolução copernicana que tirará do eixo o americocentrismo do cinema?

3 comentários:

Anônimo disse...

É aquela coisa, não é um filme histórico, parece mas não é, de fato. Só vejo erros estratégicos americanos no filme e historicamente falando. A questão do romance que o filme apresenta é justamente porque precisa prender o público médio, aquele que dá ibope. De qualquer forma é mais um filme para a sessão da tarde. Pelo menos, se a sociedade conservadora me permite, o filme poderia ser mais bem recheados com cenas de sexo.Att, Sabrina

Anônimo disse...

o filme é ótimo excelente vocês não sabem o que dizem joguem o jogo medalha de honra que iram ver que a guerra foi retratada corretamente e a historia de amor foi um tempero de encantamento para o filme.

Anônimo disse...

O filme foi maravilhoso!