Não é um livro enfadonho, muito pelo contrário. O historiador grego possui uma habilidade para narrar o seu mundo que lhe é particular. Creio que se os historiadores, hoje em dia, soubessem se expressar como Heródoto, mais pessoas se interessariam por esta disciplina.
O que torna esta obra um tanto pesada é o excesso de detalhes. Heródoto descreve tudo - templos, as regiões, os costumes - com minúcias e isto pode ser um tanto cansativo para o leitor contemponâneo, tão acostumado à agilidade da televisão e do cinema. No entanto, Herótodo e a proposta do seu livro são magníficos: contar os fatos relacionados à invasão persa na Hélade.
Poucos autores souberam retratar com maestria o espírito de seu tempo. Os combates navais de Artemísios e Salamina e os combates terrestres de Maratona, Termópilas (imagem acima) e Platéia representam a vitória de uma mentalidade. Leônidas, o comandante de trezentos espartanos e quatro mil eginetas, contra um exército composto por mais de um milhão e quinhentos mil persas é o grande símbolo daquele povo. Uma luta constante por sua própria autonomia.
Se somos o que somos hoje, talvez devamos às lutas que os gregos empreenderam para preservar sua liberdade. O maior legado deste povo não é a Filosofia, nem a Retória, nem a Gramática, nem mesmo a História, mas é o apego a este conceito relativo e abstrato: Liberdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário