terça-feira, janeiro 22, 2013

O Voo (2012)


Antes de tudo, não se engane. Este filme não é sobre aviação, nem sobre um acidente aéreo, ou sobre as investigações posteriores.

"O Voo" é um filme sobre alcoolismo e as consequências desta doença na vida das pessoas, seja do próprio alcoólatra, seja de seus parentes ou das demais pessoas que podem ser postas em riscos por este vício.

Denzel Washington é o comandante William Whitaker, um piloto que se envolve num acidente de avião e, por um ato milagroso, consegue salvar quase todos os passageiros da morte certa. Apesar de ter sido uma falha mecânica, Whitaker começa a ser investigado, pois encontraram indícios que ele poderia estar alcoolizado.

A trama desenvolve-se abordando, principalmente, a luta do piloto, ou melhor, sua negação diante de seu vício. Ele não reconhece o perigo que representa para si próprio, ou para os outros, e, ao longo das duas horas deste filme, acompanhamos sua trajetória para erguer-se do poço e reconstruir sua vida.

Sinceramente, não entendi toda a pirotecnia envolvendo um acidente aéreo, pois isto é totalmente irrelevante para a história. Whitaker poderia ser um motorista de ônibus, um torneiro mecânico, ou realizar qualquer outra profissão ordinária. Há alcoólatras em todas as classes sociais, atingindo todos os tipos de famílias, mas talvez a opção por um piloto comercial envolva toda a responsabilidade, na tentativa de criar uma tensão entre heroísmo e culpa, entre um ato de bravura e um comportamento autodestrutivo.

Mesmo sendo fã de Denzel Washington, o desempenho dele em "O Voo" foi mediano, aliás, alguns cacoetes de interpretação que já haviam se manifestado em outros filmes, como em "Hurricane" ou "O Gângster", se tornam evidentes demais para passarem despercebidos.

O desfecho é um anticlímax, tão piegas (e evidente) que não tem nenhum efeito emocional. "O Voo" é um filme panfletário demais para ser eficientes, ou para causar algum tipo de reflexão profunda.

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