"O Gângster" faz com a máfia negra do Harlem o que "Os Intocáveis" fez com Al Capone e "O Poderoso Chefão" com a cosa nostra: mostra as várias facetas do crime organizado, tanto do ponto-de-vista dos criminosos quanto dos que os combatem.
Denzel Washington é um ator afortunado e raras vezes se mete em arapucas - tarefa difícil no complicado mundo de Hollywood (Nicole Kidman e Jack Nicholson que o digam) -, por isto, qualquer filme em que ele aparece nos créditos merece o mínimo de atenção.
Em "O Gângster", Denzel interpreta Frank Lucas, o chefão da venda de heroína no Harlem, porém, mais do que isto, Frank é um homem de negócios. Ao ver a oportunidade de passar a perna na concorrência e tomar a liderança, ele rompe com a ordem estabelecida, que consistia em comprar a droga das mãos da máfia italiana, ou da polícia, que botava as drogas nas ruas após apreendê-las dos traficantes, e começa a comprar heroína direto do produtor, no Vietnam, trazendo-a clandestinamente em aviões do exército.
Frank Lucas é o tipo de "empresário" que, se não fosse por causa das condições sociais - negro, de bairro pobre, num país preconceituoso, numa época complicada -, poderia ter sido bem sucedido no que decidisse fazer.
Talvez o mais interessante na proposta de "O Gângster" seja justamente esta abordagem de tratar o tráfico de drogas como um negócio qualquer, gerido racionalmente como uma megacorporação.
E o grande problema de Lucas não é o ramo de atuação de sua "empresa", mas sim a sua raça, de onde ele vem. Uma sociedade racista não está acostumada a aceitar este tipo de indivíduos; enquanto eles estão por baixo, tudo bem, mas que não saiam de seu lugar!
É claro que o personagem de Russell Crowe, Richie, um policial incorruptível, não compartilha desta mentalidade. Ele combate o crime pelo próprio desejo e obrigação de fazer o que é certo. Porém, por detrás da queda de Frank Lucas, nos bastidores do poder e da concorrência, preconceito é a força-motriz.
Outro aspecto notável é que, apesar da humanização de Frank Lucas, afinal de contas ele é um homem como qualquer outro, só quer botar comida na mesa da sua família, nós torcemos para que ele seja pego. Ele é, ao mesmo tempo, o mocinho e o vilão. Queremos que ele seja punido, mas queremos que seja uma punição justa, não mero acerto de contas.
Sem dúvida, veremos "O Gângster" no tapete vermelho do Oscar 2008.
Em "O Gângster", Denzel interpreta Frank Lucas, o chefão da venda de heroína no Harlem, porém, mais do que isto, Frank é um homem de negócios. Ao ver a oportunidade de passar a perna na concorrência e tomar a liderança, ele rompe com a ordem estabelecida, que consistia em comprar a droga das mãos da máfia italiana, ou da polícia, que botava as drogas nas ruas após apreendê-las dos traficantes, e começa a comprar heroína direto do produtor, no Vietnam, trazendo-a clandestinamente em aviões do exército.
Frank Lucas é o tipo de "empresário" que, se não fosse por causa das condições sociais - negro, de bairro pobre, num país preconceituoso, numa época complicada -, poderia ter sido bem sucedido no que decidisse fazer.
Talvez o mais interessante na proposta de "O Gângster" seja justamente esta abordagem de tratar o tráfico de drogas como um negócio qualquer, gerido racionalmente como uma megacorporação.
E o grande problema de Lucas não é o ramo de atuação de sua "empresa", mas sim a sua raça, de onde ele vem. Uma sociedade racista não está acostumada a aceitar este tipo de indivíduos; enquanto eles estão por baixo, tudo bem, mas que não saiam de seu lugar!
É claro que o personagem de Russell Crowe, Richie, um policial incorruptível, não compartilha desta mentalidade. Ele combate o crime pelo próprio desejo e obrigação de fazer o que é certo. Porém, por detrás da queda de Frank Lucas, nos bastidores do poder e da concorrência, preconceito é a força-motriz.
Outro aspecto notável é que, apesar da humanização de Frank Lucas, afinal de contas ele é um homem como qualquer outro, só quer botar comida na mesa da sua família, nós torcemos para que ele seja pego. Ele é, ao mesmo tempo, o mocinho e o vilão. Queremos que ele seja punido, mas queremos que seja uma punição justa, não mero acerto de contas.
Sem dúvida, veremos "O Gângster" no tapete vermelho do Oscar 2008.
2 comentários:
qual as fontes utilizadas para elaboração da crítica?
A fonte é o filme "O Gângster"....
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