sábado, novembro 03, 2007

Escorregando para a Glória (2007)


Will Ferrell não é dos piores quando se trata de comédia. Ele possui um senso humorístico peculiar, um timing interessante.
Na verdade, fazer comédia é muito, mas muito mais complicado mesmo do que drama, por duas razões simples: 1 - não é tão simples criar humor inteligente, e pastelão já não é engraçado como antes; 2 - os humoristas não recebem o mesmo reconhecimento que seus pares dramáticos.
Aliás, no Oscar 2007, Will Ferrell, Jack Black e John C. Reilly brincaram com isto, ao cantarem uma música criticando o ostracismo de atores cômicos para a premiação da Academia.

Mas o fato não é que o Oscar ignore os humoristas, ele ignora os filmes de comédia, os quais, geralmente, são muito ruins.
"Escorregando para a Glória" não é dos piores. O enredo é um pouco bisonho, dois patinadores campeões mundiais brigam durante o recebimento da medalha de ouro e são expulsos da categoria. Porém, há uma brecha no regulamento, permitindo que eles retornem para outra categoria, a de duplas. Apesar de serem rivais, eles se unem para realizar algo que nunca ninguém jamais conseguiu.
Há cenas engraçadas, mas o grande mérito é mesmo de Ferrell. O personagem dele é um bad boy, anarquista, grosseirão e viciado em sexo. Os diálogos do personagem, muitas vezes resultado de improvisos de Ferrell, são ótimos, porém, o filme é insosso. Não acrescenta muito ao espectador, nem mesmo boas risadas.

Acho que está na hora de parar um pouco e aprender as lições de Chaplin, Jerry Lewis e Mr. Bean, às vezes, o mais simples é o mais engraçado.

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