domingo, fevereiro 11, 2007

Uma Verdade Inconveniente (2006)



No filme "Matrix", o agente Smith apresenta uma teoria: nós, os seres humanos, somos um câncer sobre a Terra; destruímos os recursos naturais, matamo-nos uns aos outros e utilizamos nosso intelecto para, cada vez mais, aumentar nosso poder de destruição.
Por sua vez, o documentário "Uma Verdade Inconveniente", indicado ao Oscar, é a comprovação desta teoria. Nele, Al Gore, vice-presidente da administração Clinton, apresenta dados que apontam a influência humana no aquecimento global e, pior do que isto, a recusa de algumas nações em tomar providências para minimizar as conseqüências.
O filme é apocalíptico, além de temperaturas absurdas, enchentes, secas, furacões mais fortes e duradouros, mudança de comportamento em animais, há o derretimento das calotas polares que, com o passar dos anos, tende a elevar o nível dos mares e submergir cidades inteiras.
A mensagem de Gore é clara: se não fizermos nada neste momento, teremos de encarar terríveis resultados.
Porém, se formos levar em consideração a hipótese de "Matrix", talvez toda esta série de catástrofes seja benéfica em algum sentido. Como um organismo, o planeta Terra reage a seu modo para expurgar o câncer que o consome. Possivelmente, após esta doença haver sido extirpada, a Terra continuará seu ciclo e a vida prevalecerá. Sem nós, o mundo seria melhor.
Muito mais inteligente que ouvir os avisos de Gore e da comunidade científica é fecharmos os olhos e ouvidos e continuar nossa vida medíocre, deixando nossos governantes tomando as decisões erradas por nós, para que, um dia, a Terra possa, finalmente, se curar, varrendo-nos de sua superfície.
Gore possui uma visão otimista, tipicamente americana, de que se nos mobilizarmos, poderemos mudar a situação; mas isto é exigir demais da racionalidade humana. Nós, enquanto espécie, temos o péssimo hábito de aprender tarde demais...

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