segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Avalon (2001)


Um belíssimo filme experimental dirigido por Mamoru Oshii.
Ash é uma exímia jogadora de um simulador ilegal de combate chamado Avalon. Seu maior objetivo é superar os demais jogadores e descobrir a essência daquele intrigante e complexo jogo. Num universo que reúne as melhores características de um animé e de um futuro cyberpunk, "Avalon" é um filme que se assemelha à proposta de Matrix, mas sem os defeitos (e também sem algumas das qualidades) deste.
Avalon, nas narrativas legendárias anglo-saxônicas, era um ilha remota envolta em um névoa espessa na qual habitavam feiticeiras e para onde o corpo do moribundo Rei Artur foi transportado. A Avalon de Oshii também é envolta por brumas e apenas aqueles dispostos a sacrificar-se naquele temível jogo conseguem desvelar os mistérios que a circundam.
Gravado na Polônia (e falado em polonês), Oshii desenvolveu uma aura de mistério e de expectativa, contudo, o ritmo lento do filme o torna um pouco cansativo. Poucas falas e a representação do cotidiano de Ash, que vive em função do jogo, é um dos segredos do hermetismo de "Avalon", já não há como saber em até que ponto a própria vida de Ash fora do jogo também não faz parte do simulador de Avalon.
Um filme sem muito propósito, com um roteiro arrastado, mas é um pródigo experimento. Supera sua lentidão ao causar a indagação dos porquês o ser humano busca e sempre buscou o refúgio da ilusão e de um simulacro da realidade.

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