quarta-feira, novembro 10, 2004

O Espanta Tubarões (2004)



Este é a primeira grande animação afro-americana que assisti em minha vida, já que o protagonista possui todas as característica físicas e gestuais de um negro norte-americano.

O peixinho Oscar (voz de Will Smith, mas que na versão dublada é a de Paulo Vilhena [!]) é um morador de um gueto dos corais, cuja maior ambição é se tornar rico, famoso e morar na cidade alta e iluminada.

Por causa desta sua sede de sucesso, Oscar se endividou com seu patrão, o qual, por acaso, era um pau-mandado do um chefão da máfia (inspirada obviamente na máfia italiana), o aterrorizanote tubarão, Don Lino. Oscar e o filho afrescalhado de Don Lino, Lenny, unem-se então para mudar suas vidas. Num acidente, o irmão de Lenny morre após ser atingido por uma âncora e todos os peixes do coral passam a acreditar que Oscar é o responsável. Ele se torna um herói. Mas Don Lino inicia uma busca por vingança à procura do assassino de seu filho.

Se este filme fosse uma produção convencional, com atores reais e não animados, certamente seria um fiasco. A história só é divertida por causa do simulacro da realidade que o mundo subaquático representa. Na verdade, a indústria de animação deixou de explorar a fábula com um sentido educativo, mas sim como uma representação "ipsis litteris" do mundo exterior. Em "O Espanta Tubarões" estão inseridos o mundo num bairro pobre, a ascensão social à qualquer preço, a mulher interesseira, o homossexualismo, a malandragem, o crime organizado. É difícil saber em até que ponto isto é instrutivo para as crianças que vão assistir a este filme, já que foi feita uma escolha consciente por abandonar o mundo lúdico, em detrimento do mundo como ele é.

"O Espanta Tubarões" é o típico filme norte-americano no qual a hipocrisia é assumida como uma falha de caráter a ser redimida, e no qual todas as peripécias da história são a tentativa de manter a mentira inicialmente elaborada. Nada original, mas com belas imagens. Veio na onda de "Procurando Nemo", no entanto, não atinge a riqueza da história da Dysney.

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