Ann descobre que está com um câncer terminal.
Ao avaliar sua vida, ela passa em revista os sonhos que não cumpriu, os projetos que não teve, as privações que sofrera e o marido e filhas que terá de deixar.
Decidida a viver plenamente seus últimos meses de vida, Ann redige uma lista com metas a serem cumpridas, entres as quais deixar fitas cassetes gravadas para serem tocadas para suas filhas em seus aniversários até elas completarem 18 anos, fazer amor com outro homem e arranjar uma nova esposa para seu marido.
No entanto, apesar da morte iminente pairando, "Minha Vida Sem Mim" não é uma história melancólica nem saudosista. Ann não se arrepende de como ela encaminhou sua vida até aquele momento; ela reconhece sim que ela e seu esposo não foram bem-sucedidos, que a amargura de sua mãe é algo prejudicial, e que ela devia ter visitado seu pai na cadeia antes.
Assim como no poema de Álvaro de Campos, o mundo continuará sua marcha após a morte de Ann, nada muda, e as pessoas esquecerão dela até que, um dia, será como se ela jamais houvesse vivido.
(...)
Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta: não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...
(...)
Fernando Pessoa, Poesia de Álvaro de Campos. Publicações Europa-América, p. 100.
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